O Sujeito Agreste
Quanto choro quanta reza
que admiráveis amores
desfeitos pelas noites
de outrora
sorvi
encantado por licores.
Nem o retorno
do outono
nas primaveras constantes,
nem o astro
rei que aquece
as articulações
podem anestesiar
a dor do fato
que de imediato intensifica
a pouca tinta
nas tantas folhas brancas.
O ranger de dentes
entre falsas polcas,
a batida lenta de um coração
tardio
lamentando a noite branda
do sujeito agreste
que partiu
afoito.
Nem de cães, nem de lontras.
Nem pavões ou avestruzes.
Todo o bando é de homens
desgarrados,
displicentemente nus.
Adonis k.